terça-feira, 25 de janeiro de 2011

MEUS CRAQUES INESQUECÍVEIS

Meus assíduos leitores, lembro-me de uma seção da revista Seleções chamada Meu tipo inesquecível, que retratava uma pessoa admirada ou admirável, dependendo da visão de quem escrevia. Inspirado nela, resolvi relembrar meus craques inesquecíveis, aqueles jogadores de futebol de todos os tempos que se tornam eternos em nossa memória.
Começarei com Barbosa, um goleiro quase perfeito, não fosse a perda da Copa de 50, quando jogaram toda a culpa da derrota nas costas dele, o que se tornou um estigma no restante da sua carreira. Mas, prefiro lembrar-me do Barbosa em fim de carreira, no gol do Bonsucesso, fazendo a torcida leopoldinense vibrar de orgulho, por ter um craque defendendo o seu gol. Ele era incrível, defendendo bolas cruzadas na área com uma só mão, dando tapinhas por cima dos atacantes e pegando a bola do outro lado. Inesquecível a figura experiente do grande Barbosa na meta do Bonsucesso.






Da mesma época, década de 50, exalto a figura de dois artilheiros extraordinários, ambos rubro-negros, Benitez e Dida. Benitez era um goleador implacável, que não deixava a bola cruzar a grande área uma fração de segundo a mais do que o necessário para ele enfiar o pé e lançá-la no fundo da rede. Dida já era mais manhoso, com seu gingado inconfundível, corpo para direita e saída pela esquerda, e na hora do chute, um toque mais colocado do que violento, e a rede balançava para delírio da torcida.










Agora é a vez de Garrincha, um driblador do outro mundo, nada de muito elaborado, simplicidade era a sua marca registrada. Ele sempre driblava para o mesmo lado, mas não havia lateral esquerdo que o marcasse. Dizia-se que ele considerava Jordan, do Flamengo, o seu melhor marcador, mas eu não via muita diferença entre uns e outros. Jordan talvez fosse o mais disciplinado, o que menos batia, por jogar somente na bola, e isto devia cativar o Mané.







Nilton Santos, o mais clássico lateral que eu já vi jogar, nada de chutão, era só bola no pé, depois de se livrar dos atacantes adversários com uma ginga de corpo. Nilton Santos foi, sem dúvida, o mais clássico jogador de defesa de todos os tempos, e é dele uma famosa frase, a respeito do carrinho, jogada que passou a fazer parte do recurso extremo de todo jogador de defesa dos tempos atuais. "Jogar de pé já não é fácil, quanto mais deitado" - afirmava o craque botafoguense que formou, ao lado de Garrincha, Didi, Paulinho, Amarildo e Zagalo, um time quase imbatível.







O próximo, caro leitor, já é mais conhecido de todos, o craque rubro-negro Zico. Esse dispensa maiores elogios, pois as imagens gravadas documentam a genialidade desse artista da bola. Com o Zico, o Flamengo teve um time quase invencível, desde que ele estivesse em campo. A presença dele era tão indispensável que, se os outros dez fossem para campo sem o Zico, o time não era o mesmo, tornando-se exposto a derrotas como qualquer um outro.


Roberto Dinamite é outro que não pode ser esquecido, um goleador como poucos existiram no futebol brasileiro. Não era um craque, não dava belos dribles, não enfeitava a jogada, mas bola nos seus pés era meio gol. Ele e Zico eram os maiores batedores de falta da época, falta para eles era penalte.




Encerro a minha nostálgica visita ao passado com o maior de todos os craques de todos os tempos, que na minha lista irá aparecer ao lado de um outro jogador, muito menos talentoso, bem menos exaltado, mas não menos eficiente e goleador. Estou referindo-me, à dupla Pelé-Coutinho, a maior dobradinha de todos os tempos, a tabelinha mais perfeita e inteligente que já se viu num campo de futebol. Do Pelé, eu nem preciso falar, pois já não existem adjetivos para coroar a sua grandeza para o futebol brasileiro e internacional, mas resolvi homenagear aquele que foi o coadjuvante perfeito para o astro Pelé, o seu mais dedicado parceiro - Coutinho.
Pretendo voltar a viajar para o passado, em próximas aventuras esportivas, aqui na Era do Rádio. Com o evento da televisão, os jogos passaram a ser transmitidos ao vivo, e muito do antigo romantismo foi sendo perdido com o tempo. Não se joga mais nos famosos alçapões, para que os times grandes não corram o risco de perder pontos que os deixem fora das decisões, já previamente programadas nas tabelas manipuladas pelas estações de TV e pelos cartolas.


O rádio consagrou jogadores e locutores. O rádio transformou estádios de futebol em autênticas lendas. Cozzi, Valdir, Curi, Doalcey formaram as vozes de domingo, que saíam do rádio para as nossas mentes, que projetavam na tela mental cada lance da narração. O rádio testemunhou grandes zebras nos estádios da Teixeira de Castro, da rua Bariri, da Figueira de Melo e de Conselheiro Galvão, e transmitiu-as para os lares dos apaixonados por futebol.


Hoje em dia, esses sonhos não existem mais, os clubes grandes têm de ganhar para atrair os patrocinadores e alçapão nem serve mais para pegar passarinho. O futebol tornou-se espetáculo, às vezes circense, com goleadores fazendo caretas para a câmera, tirando camisas num absurdo desrespeito ao uniforme do seu clube e mandando mensagens para a mamãe, para a noiva e para o filhinho que nasceu. Futebol que é bom mesmo, só de vez em quando. Craques inesquecíveis serão eternamente aqueles que fazem parte das grandes partidas que foram transmitidas Na Era do Rádio.

Aos meus leitores que ainda amam o rádio e que buscam nele as notícias de esporte recomendo que visitem o blog do Radio Carioca da Isabela Guedes: www.blogdoradiocarioca.blogspot.com
Ali irão encontrar relatos muito pitorescos sobre o esporte e os jornalistas esportivos. A Isabela sabe contar com muita graça os "causos" dos bastidores, por ser ela uma profissional da área.
O que estão esperando? Passem lá e confiram.







6 comentários:

Isabela Guedes disse...

Mto obrigada pela menção ao Blog do Rádio Carioca.

Bjocas,
Isabela.

QQuer coisa, é só falafr e teclar que eu posto.

Gilberto Gonçalves disse...

A menção é justa e merecida.
Abraços, Isabela.
Gilberto.

Flora Maria disse...

Essa não é a minha área, meu querido,mas estou aqui para parabenizá-lo pela beleza de postagem!

Assim, de postagem em postagem, de blog em blog, a História vai sendo revelada e preservada.

Beijo

Gilberto Gonçalves disse...

Minha querida, Flora:
O seu elogio é uma dádiva dentre os comentários deste blog, por saber o quanto desgosta de esporte.
Mas, uma coisa é o esporte e outra sou eu, não é mesmo?
Beijo.
Gilberto.

Isabela Guedes disse...

Dona Flora,
apesar de não ser a sua área, o rádio esportivo, gostaria que você conhecesse, pois, cada um que entra para ler o Blog do Rádio Carioca, É SEMPRE BEM VINDO. E você é.

Um grande abraço e fique à vontade no Blog do Rádio Carioca
http://blogdoradiocarioca.blogspot.com

Gilberto Gonçalves disse...

Oi, Isabela:
Entre no blog da Flora, e convide-a diretamente. Anote: www.floradaserra.blogspot.com
Um abraço.
Gilberto.