Bem que eu avisei que estava me guardando para quando o carnaval chegar. E ele chegou.
Chegou do mesmo jeito que chegava quando eu ainda era um menino. Chegou trazendo no ar a saudade dos outros carnavais, e o desejo de ver novas fantasias e ouvir novas marchinhas.
Só que agora está tudo mudado, e as ingênuas fantasias dos meus tempos de criança já não existem mais. As marchinhas foram substituídas por enredos de escolas de samba, que mudam os temas, recriam as letras, mas melodia que é bom, parecem todas iguais.
Então, o que fazer senão recordar os bons tempos da Era do Rádio! Final dos anos 40, início da década de 50, carnaval pra ninguém botar defeito.
Era fevereiro de 1947, e eu me fantasiei de índio, num estilo americanizado, como tudo que era considerado bom, naquela época. Minha mãe caprichou no modelo, e eu me encantei com o Pirata da Perna de Pau, na voz de Nuno Roland, e com a Odalisca, no vozeirão de Nelson Gonçalves.
Desse ano, eu não tenho fotos, mas é possível ver a minha fantasia de índio, vestida por meu irmão, numa foto do carnaval do ano seguinte. Lá em casa, seguia-se esse ritual de passar a fantasia, no ano seguinte, do irmão mais velho para o mais novo. Era meio cruel para o meu irmão, que herdava tudo que já não cabia em mim, e o novo para ele era o velho para mim. Mas, as famílias de origem portuguêsa, classe média da época, eram assim mesmo, tudo controlado, orçamento apertado, não se perdia nada, e grifes e moda eram luxos que não eram permitidos e nem percebidos.
Na foto em que meu irmão está todo feliz fantasiado de índio, eu é que pareço meio desconsolado, incorporando o Aladim, ao lado da minha cigana amiga, a Eliane. Era 1948, eu tinha 4 anos de idade, e curtia os sucessos da época, como gente grande, acompanhando durante o mês de janeiro, a programação das estações de rádio, que puseram em destaque a interpretação de Carlos Galhardo, para Cadê Zazá, e Nuno Roland, para Tem Gato na Tuba.
No carnaval de 1949, como eu já comentei na postagem anterior, com a morte do meu avô, eu não me fantasiei, e a minha fantasia de mocinho ficou para o ano seguinte. Sem fantasia, mas não com arrelia, lá estava eu de ouvido atento aos blocos de rua que passavam de um lado e de outro da minha rua, me obrigando a correr que nem louco, da rua Cardoso de Morais até a rua Uranos, para vê-los passar, e saber o que estavam a cantar.
Apesar de só ter 5 anos, eu agia mais como adulto do que como criança, mais interessado na pesquisa das marchas mais cantadas, do que de sair atrás dos blocos a cantá-las.
Durante todo o mês de janeiro, os rádios da vizinhança já antecipavam que, naquele ano, ninguém tiraria o troféu da Emilinha, com a Chiquita Bacana. E só deu ela, com uma porção de mulheres vestidas com banana nanica, exibindo todo o seu existencialismo e seguindo a voz do coração.
Com a chegada da década de 50, eu desembarquei no carnaval mais ansioso do que nunca, pois ía poder, finalmente, assumir os ares de mocinho, o rei do Oeste, com tudo que um herói tem direito. Aproveitei para me divertir bastante, naquele início de ano, pois a frustração do meio de ano, com a perda da Copa do Mundo, tinha que ser compensada por antecipação.
Eu saí dando tiro de espoleta, bancando o galã da vila onde morava, e defendendo as meninas bonitas que se sentissem ameaçadas pelos sempre temidos mascarados.
As marchinhas de 50 foram maravilhosas, ou pareceram ser, tal a euforia que sentia, fantasiado de mocinho. A verdade é que fantasia só na parte da tarde, pois pela manhã era descalço, de calção e camisa aberta ao peito, correndo atrás dos blocos e registrando as músicas mais cantadas.
Balzaquiana, Daqui não saio, Serpentina, a Marcha do Gago, com o incomparável Oscarito e o Meu Brotinho, com o El Broto Francisco Carlos, dominaram os meus 4 dias de folia.
Em 1951, fantasiei-me pela última vez, e dessa vez meu irmão ganhou o direito a uma fantasia nova, igual à minha, éramos dois piratas, de olhos vidrados pela sedução do carnaval, mas sem pernas de pau, e muito menos caras de maus.
A Emilinha voltou a dominar o carnaval com o retumbante sucesso Tomara que chova, enquanto a Dalva cantava o Zum, zum, e afirmava que estava faltando um, lastimando a morte de algum sambista, que não saiu no bloco.
Os blocos se multiplicaram, com tantos sucessos gostosos de cantar, os bondes passavam lotados, com a turma por cima dos bancos e sem se dar conta do cartaz que alertava sobre os riscos dos abusos durante os festejos :"veja ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado, mas no entanto acredite, quase morreu de bronquite, salvou-o o Rhum Creosotado".
Naquele tempo, o meu refrigerante preferido era o Guará, um guaraná sofisticado, com um sabor que nem me lembro, e que era exaltado nos reclames do rádio, com um refrão que repetia : "guará, guará, guará, melhor refrescante não há".
Sem fantasia no corpo, mas com muitas delas na mente, eu me deslumbrei com o carnaval de 52, quando a música Marcha do Conselho me deixou uma recordação que até hoje marca aquela época. Um amigo que, se não estou enganado, se chamava Nilo, e que morava numa vila próxima à minha, era louco por essa música, e vivia cantando-a, me dando a impressão que tinha algo a ver com os seus sentimentos por alguma mulher casada : "a mulher do meu maior amigo me manda bilhete todo dia, desde que me viu ficou apaixonada, me aconselhe seu Júlio Louzada".
Para quem não viveu naquela Era, Júlio Louzada foi um locutor famoso, que fazia um programa diário, às 6 horas da tarde, quando recitava a oração da Ave-Maria. Antes da oração, ele lia uma carta de uma ouvinte pedindo conselhos, e os dava graciosa e formalmente, como um consultor sentimental, um analista sem divã, mas com um microfone que lhe dava o renome que muitos psicólogos jamais tiveram em seus consultórios.
Nesse mesmo ano de 52, Francisco Alves, o Rei da Voz, gravou a sua última marchinha para o carnaval, com o selo Odeon, chamada Confete, pois viria a morrer em 27 de setembro daquele ano, num desastre de automóvel na Via Dutra. O Chico Viola, como também era chamado, retirou-se do cenário musical carnavalesco como um verdadeiro rei, cantando uma das mais belas composições da época. "Confete, pedacinho colorido de saudade, ai, ai, ai, ai, ao te ver na fantasia que eu usei, confete, confesso que chorei". Lindo, lindo ! Depois de se ouvir essa pérola musical, de autoria de David Nasser e Jota Júnior, não há como deixar de repetir comigo, sem saudosismos, nem lamentos, mas como um folião cansado, um trechinho da música Marcha da Quarta-feira de Cinzas, composta por Vinicius e Carlos Lira : " acabou o nosso carnaval, ninguém ouve cantar canções...".
A verdade é que, para quem viveu o carnaval, na Era do Rádio, o que hoje se chama de carnaval não passa de uma longa, uma prolongada e interminável quarta-feira de cinzas.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Estou me guardando pra quando o carnaval chegar
O mês de fevereiro mal começava e eu já contava os dias que me separavam do carnaval.
O fato de haver nascido no mês de fevereiro, num domingo após o carnaval, havia de mexer com esses meus sentimentos profanos de celebrar as festas pagãs com tamanho entusiasmo.
Desde os meus 3 anos, eu já me fantasiava e guardava na memória as letras das marchinhas carnavalescas. Se as cantava, aí eu já não sei, mas que me lembro delas até hoje, e se as cantarolo me transporto para aqueles tempos, disto não tenho dúvidas.
A minha primeira fantasia foi de Índio, no carnaval de 47, e a segunda, de Aladim, em 48. Em 49, eu não tive carnaval, já que sem fantasia não havia o que celebrar. Meu avô materno faleceu no sábado de carnaval, quando minha mãe dava os últimos retoques na minha fantasia de mocinho, como era chamado o herói dos filmes de bang-bang.
Ainda guardo na memória, minha mãe na sala, às voltas com linha e tesoura, quando meu tio chegou, e avisou que meu avô pedira que fosse até a casa da irmã, e lá ficasse. Logo a seguir, minha mãe foi avisada para ir à casa do pai, e lá chegando já o encontrou sem vida, após um ataque fulminante do coração.
A fantasia foi para o fundo do baú, e o meu carnaval acabou naquele sábado, sem confete, serpentina ou lança-perfume. Nos dias seguintes, os blocos desconheciam o nosso luto, e passavam cantando o General da Banda, a Chiquita Bacana e o Pedreiro Valdemar. No rádio, as vozes de Blecaute e Emilinha espalhavam-se pela vizinhança, misturando-se ao inebriante perfume das lanças-perfumes. Mas, naquele ano de 1949, eu não ganhei o direito de portar o meu artefato de metal dourado, tão sonhado e cobiçado, que lançava jatos de perfume que arrepiavam a pele e perfumavam o ar. A minha fantasia ficou guardada como uma sinfonia inacabada, triste e desolada, sem ter a quem vestir.
Dentro de mim, eu me consolava com a lembrança do Cadê Zazá, sucesso do carnaval do ano anterior, na voz do Carlos Galhardo. Na memória, a fantasia de Aladim, que já nem dava mais em mim. O mocinho ficaria para o ano seguinte, a Chiquita Bacana, lá da Martinica, que se vestia com uma casca de banana nanica, não foi cantada, mas fez contraponto com a marcha fúnebre que permaneceu no ar daquele triste lar.
Ah, mas no carnaval de 1950, o herói brilhou nas telas do bairro, seduzindo as mocinhas e pondo os bandidos para correr! Nunca eu me guardei tanto, esperando o carnaval chegar, como naquele ano de 1949. E quando ele chegou, lá estava eu, de camisa quadriculada, lenço no pescoço, chapéu na cabeça e um par de revólveres na cartucheira.
Nos rádios da vizinhança, Jorge Goulart soltava a voz, exaltando as balzaqueanas, que muito antes, o escritor francês Honoré de Balzac já havia escolhido como suas favoritas. É verdade que a garotada não levava muita fé naquela afirmativa, "não quero broto, não quero, não quero, não, não sou garoto para viver mais de ilusão, sete dias na semana, eu preciso ver minha balzaqueana". Era mais fácil acreditar naquele apaixonado pierrô, que na voz de Nelson Gonçalves, jurava ter guardado "a serpentina que ela jogou, ela era uma linda colombina, e eu um pobre pierrô". Era o carnaval de 1950, era tempo de voltar à folia de menino, de ouvido atento nas marchinhas do rádio e de olho esperto nas esquinas, à espera do bloco passar.
Era esse o meu carnaval. Nada de pular, nada de sair atrás de blocos, e muito menos de botar máscaras no rosto, eu só queria viver o clima do carnaval. Acordar no sábado, correr para a rua, e respirar o ar festivo que iria durar por 4 dias. À tarde, o ar já recendia a lança-perfume, e à noite, nas barraquinhas da Praça das Nações, era o molho do cachorro-quente que penetrava por minhas narinas, e temperava a minha alma de folião.
Se o meu olfato gravou na memória a preparação dos cachorros-quentes, os meus olhos permanecem seduzidos até hoje pelas imagens daqueles potes de vidro, cheios de refrescos vermelhos e brancos, de onde eram servidos, em copos cônicos de papel, a groselha e a limonada. Que saudosas lembranças, quanto encantamento!
Ah, se, naquele início de ano, eu soubesse o que aquele fatídico ano de 1950 reservava para o futebol brasileiro, talvez não me deixasse contagiar por tamanha euforia, com o meu retorno ao clima carnavalesco ! Mas, a vida é feita de bons e maus momentos, num contracanto de graves e agudos, de altos e baixos.
Alegrias e tristezas, mortes e renascimentos, vitórias e derrotas. Morreu meu avô, em fevereiro de 1949, nasceu minha prima, filha do meu tio Sandoval, no dia 1º de março. Não joguei lança-perfume na Chiquita Bacana, mas, no ano seguinte, cantei a Balzaqueana. Perdemos a Copa em 50, mas fomos tri-campeões, 20 anos depois.
E tudo ao som do rádio. Marchinhas no carnaval, Oduvaldo Cozzi narrando os jogos, César de Alencar alegrando os nossos sábados e O Balança mas não cai fazendo a alegria das nossas noites de sexta-feira.
E, quando acabava o nosso carnaval, e não mais se ouvia cantar canções, como lamentava os versos de Vinicius, já ficávamos ansiosos guardando-nos para o ano seguinte, quando o carnaval chegar. Entre esses versos do Vinicius e os do Chico, ficava aquela criança sonhadora, ligada nas marchinhas de sucesso e no som que vem do rádio. Afinal, é bom que não se esqueça que o menino, que era eu, viveu a sua infância na plenitude de um tempo que foi conhecido como a Era do Rádio.
O fato de haver nascido no mês de fevereiro, num domingo após o carnaval, havia de mexer com esses meus sentimentos profanos de celebrar as festas pagãs com tamanho entusiasmo.
Desde os meus 3 anos, eu já me fantasiava e guardava na memória as letras das marchinhas carnavalescas. Se as cantava, aí eu já não sei, mas que me lembro delas até hoje, e se as cantarolo me transporto para aqueles tempos, disto não tenho dúvidas.
A minha primeira fantasia foi de Índio, no carnaval de 47, e a segunda, de Aladim, em 48. Em 49, eu não tive carnaval, já que sem fantasia não havia o que celebrar. Meu avô materno faleceu no sábado de carnaval, quando minha mãe dava os últimos retoques na minha fantasia de mocinho, como era chamado o herói dos filmes de bang-bang.
Ainda guardo na memória, minha mãe na sala, às voltas com linha e tesoura, quando meu tio chegou, e avisou que meu avô pedira que fosse até a casa da irmã, e lá ficasse. Logo a seguir, minha mãe foi avisada para ir à casa do pai, e lá chegando já o encontrou sem vida, após um ataque fulminante do coração.
A fantasia foi para o fundo do baú, e o meu carnaval acabou naquele sábado, sem confete, serpentina ou lança-perfume. Nos dias seguintes, os blocos desconheciam o nosso luto, e passavam cantando o General da Banda, a Chiquita Bacana e o Pedreiro Valdemar. No rádio, as vozes de Blecaute e Emilinha espalhavam-se pela vizinhança, misturando-se ao inebriante perfume das lanças-perfumes. Mas, naquele ano de 1949, eu não ganhei o direito de portar o meu artefato de metal dourado, tão sonhado e cobiçado, que lançava jatos de perfume que arrepiavam a pele e perfumavam o ar. A minha fantasia ficou guardada como uma sinfonia inacabada, triste e desolada, sem ter a quem vestir.
Dentro de mim, eu me consolava com a lembrança do Cadê Zazá, sucesso do carnaval do ano anterior, na voz do Carlos Galhardo. Na memória, a fantasia de Aladim, que já nem dava mais em mim. O mocinho ficaria para o ano seguinte, a Chiquita Bacana, lá da Martinica, que se vestia com uma casca de banana nanica, não foi cantada, mas fez contraponto com a marcha fúnebre que permaneceu no ar daquele triste lar.
Ah, mas no carnaval de 1950, o herói brilhou nas telas do bairro, seduzindo as mocinhas e pondo os bandidos para correr! Nunca eu me guardei tanto, esperando o carnaval chegar, como naquele ano de 1949. E quando ele chegou, lá estava eu, de camisa quadriculada, lenço no pescoço, chapéu na cabeça e um par de revólveres na cartucheira.
Nos rádios da vizinhança, Jorge Goulart soltava a voz, exaltando as balzaqueanas, que muito antes, o escritor francês Honoré de Balzac já havia escolhido como suas favoritas. É verdade que a garotada não levava muita fé naquela afirmativa, "não quero broto, não quero, não quero, não, não sou garoto para viver mais de ilusão, sete dias na semana, eu preciso ver minha balzaqueana". Era mais fácil acreditar naquele apaixonado pierrô, que na voz de Nelson Gonçalves, jurava ter guardado "a serpentina que ela jogou, ela era uma linda colombina, e eu um pobre pierrô". Era o carnaval de 1950, era tempo de voltar à folia de menino, de ouvido atento nas marchinhas do rádio e de olho esperto nas esquinas, à espera do bloco passar.
Era esse o meu carnaval. Nada de pular, nada de sair atrás de blocos, e muito menos de botar máscaras no rosto, eu só queria viver o clima do carnaval. Acordar no sábado, correr para a rua, e respirar o ar festivo que iria durar por 4 dias. À tarde, o ar já recendia a lança-perfume, e à noite, nas barraquinhas da Praça das Nações, era o molho do cachorro-quente que penetrava por minhas narinas, e temperava a minha alma de folião.
Se o meu olfato gravou na memória a preparação dos cachorros-quentes, os meus olhos permanecem seduzidos até hoje pelas imagens daqueles potes de vidro, cheios de refrescos vermelhos e brancos, de onde eram servidos, em copos cônicos de papel, a groselha e a limonada. Que saudosas lembranças, quanto encantamento!
Ah, se, naquele início de ano, eu soubesse o que aquele fatídico ano de 1950 reservava para o futebol brasileiro, talvez não me deixasse contagiar por tamanha euforia, com o meu retorno ao clima carnavalesco ! Mas, a vida é feita de bons e maus momentos, num contracanto de graves e agudos, de altos e baixos.
Alegrias e tristezas, mortes e renascimentos, vitórias e derrotas. Morreu meu avô, em fevereiro de 1949, nasceu minha prima, filha do meu tio Sandoval, no dia 1º de março. Não joguei lança-perfume na Chiquita Bacana, mas, no ano seguinte, cantei a Balzaqueana. Perdemos a Copa em 50, mas fomos tri-campeões, 20 anos depois.
E tudo ao som do rádio. Marchinhas no carnaval, Oduvaldo Cozzi narrando os jogos, César de Alencar alegrando os nossos sábados e O Balança mas não cai fazendo a alegria das nossas noites de sexta-feira.
E, quando acabava o nosso carnaval, e não mais se ouvia cantar canções, como lamentava os versos de Vinicius, já ficávamos ansiosos guardando-nos para o ano seguinte, quando o carnaval chegar. Entre esses versos do Vinicius e os do Chico, ficava aquela criança sonhadora, ligada nas marchinhas de sucesso e no som que vem do rádio. Afinal, é bom que não se esqueça que o menino, que era eu, viveu a sua infância na plenitude de um tempo que foi conhecido como a Era do Rádio.
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